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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Ser forte


Ser forte é não ter medo da morte.
Ser forte é não se importar com a inveja dos outros.
Ser forte é ajudar o próximo.
Ser forte é se preocupar mesmo com quem não se preocupa com você.

Ser forte é não depender da felicidade para viver.
Ser forte é saber ser frio, até com as pessoas que ama.
Ser forte é conseguir não chorar nos momentos de dor.
Ser forte é conseguir não deixar a esperança morrer.

Ser forte é não enganar o coração.
Ser forte é levantar depois de cair.
Ser forte é correr atrás de um sonho.

Ser forte é ser você mesmo.
Ser forte... É segurar a depressão.

Ser forte é tão difícil.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Seria se não fosse?

Tudo o quanto quero, por hora, não posso possuir.
É uma peça da vida, porém nem tanto engraçada.
Uma coisa é dormir. Outra coisa é dormir para dor ir.
Coisa forte, apertada, como no peito uma faca afiada.

um sorriso já basta para iluminar o meu dia.
E a questão é: por onde se esconde esse sorriso?
Isso é tão ruim como no frio tomar banho de água fria.
É uma esperança doente, de ver um pedacinho do paraíso.

O tempo passa e a saudade, do que não foi, aperta.
Que será daquilo que não foi, mas poderia ter sido?
Realmente, verdadeira tortura silenciosa, molhada.

Importa mais tudo que nada. O nada não se acerta.
De fato, tudo é uma coisa só quando não se é nada.
Verdade é que só seria se fosse dada uma chance.


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Há de passar o que não passa?

Toda dor que há nessa vida, há de passar. Toda paixão também.
Paixões vêm e paixões vão. Feridas saram e formam cicatrizes.
Cicatrizes são únicas, algumas inesquecíveis. Paixões também.
Paixões vêm e paixões vão. Por alguns momentos, felizes.

Nenhum encanto é tão pequeno que se vá por inteiro.
Por todos os cantos, encontram-se vestígios do que já foi.
Nenhum desencanto é tão grande que não seja ligeiro.
Porque quando o assunto é paixão, o que não é, já foi.

Um simples gesto, um simples riso, um olhar, um toque, um beijo,
Um abraço de pés, um conhecimento amplo de muitos dos desejos.
Como se de um farol se afastasse, e não pudesse ver seu lampejo.

Sabemos que está lá, mas não vemos mais. É triste, mas acontece.
Não importa o quanto doa. Não importa o quanto sangre, chore.
Cada instante é sempre e nunca morre.



Trancado


Tinha um vício um tanto sórdido, difícil de controlar, porém consciente.
Apaixonava-se, alimentava-se, aquecia-se, e por fim, desapegava-se.
Dava tudo e depois se retirava, compartilhando de seu vazio latente.
Verdadeiro câncer no qual se instala e destrói até matar. Matava-se.

Matava sua sede nas lágrimas puras das belas moças apaixonadas.
Saciava sua fome transformando corações em pequenas migalhas.
Monstro nato, vício sórdido, coração de gelo quente, muitas falhas.
Não satisfeito, as torturava em suas mentes... De fato, destroçadas.

Sofria com a sua solidão, com seu vício, com as moças, e chorava.
Chorava em silêncio, em sua alma, se é que possuísse uma.
Em sua mente, tremenda tempestade, suicidava-se e agonizava.

Era bom em sua essência, porém mau em sua natureza.
Punição maior ainda há para existir, por enquanto nenhuma.
Por enquanto, trancou-se, e nele só habita a tristeza.


domingo, 27 de outubro de 2013

O mar


Nas profundezas, turbulência.
Na superfície, calmaria.
Na maioria, água fria.
Na sua bruma, inocência.

Nas suas ondas, força.
Na sua cor, intensidade.
Na maioria, tempestade.
Na sua busca, moça.

Nas suas noites, ciúme.
Na maioria, chuva salgada.
Na lufada, perfume.

Na saudade, amada.
Na maioria, queria amar.
Mas seu nome, era  mar.

Mais que tudo, mas nada

É mais que um sorriso lindo e que um olhar sincero.
É mais que um abraço gostoso e noites de amor.
É mais que tudo, mas não é nada. Por hora, só dor.
É só um nada que ainda não saiu do zero.

Desse jeito, surgiu um buraco negro em mim.
Desse jeito, atraio tudo que brilha, e destruo.
Desse jeito, mato rosa por rosa no meu jardim.
Desse jeito, de tudo nada possuo.

Sem o calor, faz-se neve e meu sangue esfria.
Sem esse calor, o resto não passa de resto.
Sem aquele calor, a noite não vira dia.

Ela não conhece o sol, apenas as estrelas.
Ela é a destruidora de buracos negros.
Ela é quente, mas precisa de um eclipse.

domingo, 15 de setembro de 2013

Regras do amor

Abra as portas, as janelas, deixe o sol entrar.
Esqueça um pouco as chaves, jogue-as fora.
Vamos falar um pouco sobre o que é amar...
Regra número um: Deixe o amor ir embora.

Tudo o que é nosso encontra um jeito de voltar.
E se não voltar, é porque não era a hora...
Não é desculpa, nem motivo para se desculpar,
É um jeito leve de encarar a verdade que nos devora.

Regra número dois: Não crie regras. Nada de impor.
Deixe que flua naturalmente, como o fluxo de um rio.
Ele sabe por onde deve passar, ele sabe seu caminho...

Regra número três: Não corra atrás do amor.
Deixa que ele encontra um caminho para ti, como o rio.
Apenas sorria, abra as janelas, e não pense demais.

Mudanças


Era grande, quente, confortável, não tinha portas nem fechaduras.
Entrava-se e saia quando quisesse, o problema era que era difícil sair.
Não precisava de máscaras, por lá também não precisava de armaduras.
Mas, de repente, foi ficando lotado, e foi ficando difícil até de dormir.

As noites eram eternas, e aquilo tudo estava começando a machucar...
Sempre havia espaço para mais um até que foi ficando sem para mim.
É engraçado como a solução, às vezes, encontra uma maneira de se revelar.
Foi então que apareceu o vazio, gostou do lugar e ficou. Vazio tornou-se assim.

Foram sendo colocadas para fora, e sequer percebiam o que acontecia.
Estava de mudança. Era hora de mudar. Hora de esvaziar tudo, renovar.
Tudo partia, tanto as boas como as ruins. Partia-me, partia, mas partia.

Vazio tornou-se assim. Sem dor, sem fraqueza, sem nada e sem amar.
É necessário. Fazer mudanças é necessário. Todo começo tem um fim,
E todo fim traz um começo. E agora, o vazio ocupou todo o espaço. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Criminosa


Ainda me lembro da primeira vez que cruzou pelo meu olhar.
Seu sorriso era tão lindo que devia ser crime escondê-lo...
E seus olhos pareciam uma pintura em seu rosto. - Faltou-me ar-
Numa noite diferente, encontrei sua pele de porcelana e seu cabelo.

A dança nunca foi um forte, mas dançamos inocentemente...
Mas a razão falou mais alto e sem um começo teve um fim.
E o fim é o começo de algo novo. E foi assim, tão de repente
Que pouco a pouco, foi encontrando um espaço em mim.

Não se mate por aquilo que não te dá vida...
Às vezes devemos escutar um pouco o coração.
E escutando fui, escutando estou, adoro escutar.

O silêncio às vezes toma conta, mas está de partida.
É tanto amor dentro de uma pessoa, tanta compaixão...
E de repente, pouco a pouco, está a roubar...

domingo, 4 de agosto de 2013

Gerador


Não sei o que escrever, mas quero escrever.
Não sei o que pensar, e não quero nem pensar.
Não sei o que sentir, mas não quero sofrer.
Não sei o que falar, e não quero nem tentar.

Às vezes, o medo nos domina e nada fazemos.
Às vezes, a dor gera raiva, e a raiva gera dor.
Às vezes, a esperança é cruel, mas esquecemos.
Às vezes, o coração nos engana, grande traidor.

Tudo está fora do seu lugar, e não consegue funcionar.
Mas talvez, não tenha tudo, ou talvez não tenha lugar.
Nada é certo até tudo encontre o seu devido fim...

Do que adianta um jardineiro ser, se não tiver um jardim?
Do que adianta ter uma vida inteira, sem ter um amor?
Só se for para fazê-lo funcionar, alimentar o gerador.

Alimento


Tudo aquilo o que é vivo precisa de energia,
Precisa de algum sustento para manter-se forte...
Às vezes, isso pode ser um pouco de alegria,
Ou um sorriso torto, para proteger o nosso forte,

Nossas mentes, nossa razão, nossos sentimentos,
Nossos corações. Mas todo forte tem um ponto fraco.
E é consertando ele dia após dia, com cimento,
Água e areia, que pouco a pouco ele acaba indo para o saco.

Para manter-se vivo, é preciso se alimentar.
Não todo dia, mas com certa frequência...
Mas com que frequência? Não sei explicar,

Mas cada um sabe a fome que tem na essência...
Tem um sentimento que não gosto de dizer o nome,
Mas que dessa vez, - eu prometo-, deixarei morrer de fome.

sábado, 3 de agosto de 2013

Espirro


O desejo se transformou em ilusão.
Dizia ser quente, mas era sempre frio.
O desejo enganou o meu coração.
E afundou as esperanças num rio.

A verdade surge destroçando tudo,
Rasgando no peito um sentimento
Falso, um amor que era mudo...
Um amor diferente, amor de vento...

Se não vier para somar, que suma.
Só está pronto para amar,
Aquele que compreender o amor.

Se não for pra ser, que durma
Eternamente no frio do mar,
Até que queira sentir o meu calor.

Primavera

As horas me queimam pela noite à sua espera.
A fome do seu rosto me mata lentamente...
Se fosse lhe dar um nome, lhe daria primavera.
És bela, dourada, perfumada e surpreendente.

Suas roupas tentam esconder parte de sua beleza,
Mas não conseguem. Seus cabelos seu sorriso,
Como as nuvens o sol, inevitável natureza...
Seu calor me fez viciado, e dele agora preciso.

Preciso do carinho das suas mãos em mim;
Meu coração está inflamado pela madrugada,
E eu preciso da minha primavera, meu serafim.

Preciso muito que chegue, e que nada, nada...
Nada a leve embora. Chega de despedidas...
Meu coração não aguenta mais uma nova ferida.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Era uma vez


Era uma vez um sorriso. E numa noite, cruzou o meu olhar.
Seu cabelo era dourado, e seus olhos tinham cor de mel.
Sua boca era um tanto que inocente, não pude não reparar.
Era uma vez uma virgem. Mas se perdeu do caminho do céu.

Sua pele era tão gostosa que por hora me confundi com veludo.
Suas mãos eram frias. Seu corpo todo o era. Mas nesta noite não.
Nesta noite poucas palavras, alguma coisa não me deixou dizer tudo.
Mas disse: “Mãos geladas escondem um quente e grandioso coração.”.

Arrancar seu sorriso era como roubar um pedacinho do paraíso.
Deitei-me sobre seu colo, e suas mãos surgiram em meu cabelo,
Em meu rosto... Beijei seu nariz, beijei sua testa, e seu sorriso.

E em troca, recebi nada mais do que o toque do seu gelo.
Fechei os olhos então, deitei-me e pus-me a pensar.
Talvez seja nova demais para saber o que é amar..

Ou não. Torpor maldito.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Descartáveis


Se quebrar, você troca.
Se não gostar, joga fora.
Se enjoar, deixa de lado.
Se lembrar, finge que esquece.

Se irritar, faz de conta que não existe.
Se magoar, magoa mais.
Se errar, crucifica.
Se arrepender, nunca existiu.

Se mais, menos.
Se menos, mais.
Se mostrar a verdade, nega.

De tanto visar o que não se tem,
Não se tem nada, e tudo perde o valor.
Tudo se torna descartável, até as pessoas.

Amor intermitente

Às vezes me pergunto se tudo é tão confuso,
Ou se nós as tornamos mais do que já são.
Às vezes, o amor entra como um intruso,
E de repente, rouba parte do nosso coração.

E repentinamente, ele faz suas malas, e parte.
Confuso ou não, dói. E conciliar razão e sentimento,
Cá entre nós, nunca deu certo. Por toda a parte,
Há partes de um amor efêmero, um amor de vento.

“Não podemos ver, mas podemos sentir.”
Engraçado como isso parte o coração em pedaços,
E mesmo assim, se o amor fosse intermitente,

Eu a amaria, mesmo sabendo da dor ao partir...
Teria sempre em meu peito, um espaço.
Ora maior, ora menor. Torpor presente...

Tempestade


E são nos dias mais frios que a peleja é mais longa.
Dias cinzas, quase negros, dias de tempestade.
Mas apesar disso, por trás dela, o sol está a brilhar.
E ele nunca sequer parou. Só está a espera dela passar.

É na tempestade que nos sentimos fracos, com frio;
São nas piores que se tiram as melhores lições.
Na vida, enfrentaremos inúmeras, e fugir delas é tolice.
Elas destroem tudo, mas não se preocupe, o sol virá.

Pegue seu agasalho mais grosso e se proteja do frio,
Não deixe que ele congele o seu coração...
Não espere que as coisas mudem debaixo do seu cobertor;

Elas não irão. É preciso ir lá fora e encarar a tempestade.
Se nós sentimos o calor, é porque nós sentimos o frio.
Se nós sentimos dor, é porque nós sentimos...


Mas o sol virá.

sábado, 25 de maio de 2013

Jardim de Almas


Tenho procurado não pensar em mim.
Não pensar em felicidade.
Não pensar em coisas boas e afins.
Não pensar em nada, de verdade.

Tenho procurado ocupar minha mente.
Para fazer o tempo passar.
Para fazer isso tudo passar.
Pra fazer a vida passar menos dolorosamente.

Se me perguntas por que faço o bem,
Direi que é para trazer a felicidade para alguém.
E quem sabe, roubá-la um pouco para mim.

Se me perguntas por que ter um jardim,
Direi que é para trazer a felicidade para alguém.
E fazer dessa felicidade, a minha também.


terça-feira, 23 de abril de 2013

Chuva quente



Você percebe algo de errado quando seu banho é demorado.
Quando, debaixo do chuveiro, seus olhos se fecham com força,
E você encosta a cabeça na parede, e segura os olhos embaçados.
Quando nos seus pés, já começa a se formar uma pequena poça.

Aí você abre o ralo, deixa a água ir embora, e surge um vazio.
Um vazio estranho. Alguma coisa que não deveria foi por água fora.
Com tudo limpo, o banho termina, o boxe se abre, e vem o frio.
O boxe se fecha, o chuveiro também, e tudo se embaça, e agora?

Você senta com a cabeça nos joelhos, sentindo a chuva quente.
Como se sabão caído nos olhos tivesse, ardem e embaçam também.
“Chega!” – Você diz, levantando e desligando e lavando a sua mente.

Com a toalha já no corpo, você limpa o espelho e dá um sorriso torto
Que torto ou não, não consegue enganar nem a si nem a ninguém
De que não está tudo bem, e que aquilo que foi vivido, ainda não está morto.