Pesquisar este blog

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Somos eu


Eu sei, eu sei... A culpa é toda minha. Completa e absolutamente.
Eu não deveria deixar com ninguém o poder de me fazer bem.
Eu só poderia estar com a cabeça em um lugar, sinceramente.
Talvez perdido, vestido com seu abraço talvez; no infinito e além.

Eu só não sei o que fazer agora. A voz interior diz que devo seguir...
Mas, para onde, se para onde mais eu for não encontrarei o olhar?
Eu sei, eu sei que não adianta ouvir seus velhos sorrisos, antes de dormir.
É que ainda não consegui apagar nossas conversas do meu celular...

Se a culpa é minha, faço dela motivo para aprender...
Ninguém é responsável pelo que você sente.
Quem cria expectativas só decepciona a si próprio.

Esperança? Esperar para quê?
Somos só eu e eu mesmo.

Contra mim.  


Cirurgia



Eu percebi uma coisa enquanto saia da sala de cirurgia...
A ferida em si não doía, mas havia algo diferente.
Não conseguia me lembrar de nada após a anestesia.
Só haviam os pontos, a ferida, e um peito dormente.

As horas se seguiram, a dor veio à tona, e pude perceber...
Amar é como entrar numa sala de cirurgia, sem anestesia.
O amor se mistura a dor. E por mais que doa, não sentimos doer.
E de olhos abertos, anestesiados pelo amor, a ferida em si não doía.

A medicação intravenosa queimava; como nossas memórias.
Aliviava a dor; enganava momentaneamente com as velhas histórias.
A recuperação depende de quão profunda a cirurgia se deu.

O que resta, após tudo, nada mais do que a cicatriz, marca do que doeu.
Uma cirurgia como essa nos deixa vivos, e esquecemos isso, às vezes.
Nos torna fortes, humanos. Mas, recuperar-se dessa, leva mais que meses.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Sombra do sol

Aquilo que você mais deseja é aquilo o que você mais teme.
Quando colocamos o mais na frente de algo, ele passa a ser demais.
Demais para lidar, demais para suportar; difícil demais.
Quanto mais se sofre mais se cala e mais se geme.

O medo de perder o que mais se deseja conquistar é apavorante.
É louco, pois nem possuir você possui, e inda assim sofre.
A esperança, torturadora, nós mantém cegos e constantes.
Quanto a minha esperança, ou o que restava dela, está num cofre.

Chega de desejos belos. Chega de sorrisos falsos e amarelos.
Eu já não quero mais aquela coisa toda chamada paixão.
Eu só quero um sorriso sincero e um amor nada mais que singelo.

Quero momentos de boca seca e que disparam o coração.
Quero ficar sem palavras e escutar seus grunhidos debaixo do lençol.
[...] Chega de desejos belos. Eu só quero buscar a sombra do sol.