Pesquisar este blog

domingo, 4 de janeiro de 2015

Prisioneiros


Somos todos passageiros. Passageiros, e passageiros.
Como do ônibus, passageiro; da chuva, passageira.
Estamos em uma viagem, num ônibus velho e sem ar,
Onde uns sentam na janela, outros no corredor.

Estamos presos a um pútrido pedaço de carne.
Presos pelo corpo, presos pelo pecado.
Presos a um mundo perdido e sem valor.
Estamos presos a padrões e sentimentos vazios.

Somos todos prisioneiros. Prisioneiros inocentes.
Prisioneiros doentes, prisioneiros sem esperança.
Prisioneiro morto, pois a vida o matou.

A morte dá o poder a vida. A vida dá poder a morte.
Um prisioneiro não tem poder, não tem liberdade.
Somos prisioneiros do tempo, prisioneiros da vida. 


Doce garagem


Quem nunca chegou de madrugada na garagem,
Abaixou os vidros e colocou sua música preferida pra tocar,
Tirou o cinto de segurança, encostou a cabeça no volante,
Respirou fundo e fechou os olhos, e secou os olhos?

Quem nunca em algum momento de dor, viu uma miragem,
Uma falsa ilusão esperançosa de alguém para te amar?
Sentiu ser aquele livro velho empoeirado na estante,
No qual ninguém lê, ninguém se interessa, e ninguém conhece?

É difícil pedir perdão por ser quem você é
É difícil não saber não magoar todos ao redor.
É péssimo dar o seu melhor e esperar o pior.

O tempo passa e a vida junto, cada vez menos colorida.
O tempo passará e a vida junto, cada vez mais sofrida.
O tempo passou e a vida junto, agora mais bonita.