Pesquisar este blog

sábado, 1 de abril de 2017

Mal bem guardado


As pessoas não percebem
Mas nós estamos morrendo.
E a cada manhã,
Estamos mais perto.

As pessoas não sabem,
Mas, todo grande poeta guarda em suas poesias
Aquilo que ele tem de mais valioso,
Como um troféu em uma estante.

Já os poetas como eu
Guardam em suas poesias não o mais valioso
Mas, o mais profundo e doloroso sentimento

Que assombra nossas almas,
Que atormenta nossas mentes
E que preenche nossos corações.


Clima perfeito


Dias nublados e noites chuvosas
Um clima perfeito para se estar sozinho
Sentado na sala de frente para o computador
Com a cabeça em outro lugar.

O vento frio passa pela janela
E dá um abraço apertado o suficiente
Capaz de fazer os músculos dançarem
E os dentes tocarem música.

A cama então convida para se deitar
Na sua imensidão e profundidade de um oceano
Agitado de sentimentos não correspondidos.

A madrugada então chega e não vai embora
Ficando de papo furado com os pensamentos
Uma conexão um tanto que comum, e dolorosa.

O singular


As pessoas costumam elogiar meu humor
Dizendo que muda de uma hora para outra.
Talvez seja esse o motivo delas de afastarem,
Ou de se calarem por um tempo.

Não entendo as pessoas, e nem quero.
Elas não entendem, e não procuram.
Já é um desafio entender a mim mesmo
Diante de tanto caos na minha cabeça.

A verdade é que é mais fácil deixar pra lá
A procurar saber, procurar ouvir, procurar ajudar.
O que é difícil é chato, leva tempo, e ninguém se interessa.

Também não me interesso por quem não se interessa.
Respiro esperança por dias melhores, e nunca doeu tanto respirar.
Dói querer ser plural enquanto só se sabe ser singular.