Pesquisar este blog

sábado, 21 de março de 2015

Inversos



Sei que ela adora atenção. Já eu odeio a tensão que isso causa.
Estar distante é mais do que um problema, é uma condição...
E sei que você não precisa aceitar também... Eu não aceito tão bem.
Mas, ultimamente, a única condição que não aceito é não tê-la.

A única coisa que nos separa é o mesmo que separa o céu do mar.
O tempo me mostrou que todas as escolhas que eu julgava certas
Estavam erradas. Mas, o arrependimento não me acompanha.
Escolhas erradas me trouxeram até ela. E por ela vou lutar...

Ela é tão única como a primeira vez que nossos lábios se encontrarão.
Tão especial como um abraço apertado, coberto de saudades.
Tão vital como meu coração é para meu corpo inteiro.

Jamais vi alguém se doar e fazer o que ela faz.
Ela não tenta tirar-me da dor. Ela tira a dor de mim.
Ela transforma a dor em amor...

Elevador


Caixa vazia, gelada, que sobe e desce em um único sentido.
Pessoas entram e saem, e ele sobe e desce, sobe e desce.
A maioria lotação máxima, mas esse para dois somente.
Por enquanto ele é público, mas há de se tornar privado.

Como uma caixa metálica que se abre e fecha, sobe e desce;
Gelado como metal, vazio com espaço para dois.
Assim é a caixa de gelo que em meu peito repousa.
Pública, amassada, pichada, desgastada, quebrada.

Como pode algo ser e não ser, simultaneamente?
Só existe uma coisa que explica. Mas já está morto.
Explicaria talvez o porquê de gostar e não gostar de elevadores.

A grande confusão é: Vemos e ouvimos o que queremos ver e ouvir.
Ela no fundo tem medo, e não gosta de elevadores...
O que ela gosta mesmo, é de elevar a dor.


Alternador


Certa vez li em um dicionário de latim: "Tempus edax rerum".
E li também: " Omnia vincit amor".  Se mexer um pouco...
"O tempo vence tudo" e " O amor destrói todas as coisas".
Não é o tempo que destrói tudo, e o amor não vence tudo.

Para que algo seja esquecido, não basta o tempo passar.
Basta você decidir esquecer. Parece simples, mas não o é.
Para que algo novo seja construído, algo velho deve ser destruído.
E é por isso que digo que o amor destrói todas as coisas.

Mas, o amor não nasce amor. Ele nasce uma paixão.
E todos sabemos como as paixões costumam terminar...
Terminam molhadas, encolhidas, doídas, espalhadas pelo chão.

Uma paixão errada é como uma cerca elétrica de alta voltagem.
Você se agarra e toma uma carga absurda... Não é tão fácil se agarrar de novo.
Não é como um alternador, e simplesmente alternar a dor...