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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Trancado


Tinha um vício um tanto sórdido, difícil de controlar, porém consciente.
Apaixonava-se, alimentava-se, aquecia-se, e por fim, desapegava-se.
Dava tudo e depois se retirava, compartilhando de seu vazio latente.
Verdadeiro câncer no qual se instala e destrói até matar. Matava-se.

Matava sua sede nas lágrimas puras das belas moças apaixonadas.
Saciava sua fome transformando corações em pequenas migalhas.
Monstro nato, vício sórdido, coração de gelo quente, muitas falhas.
Não satisfeito, as torturava em suas mentes... De fato, destroçadas.

Sofria com a sua solidão, com seu vício, com as moças, e chorava.
Chorava em silêncio, em sua alma, se é que possuísse uma.
Em sua mente, tremenda tempestade, suicidava-se e agonizava.

Era bom em sua essência, porém mau em sua natureza.
Punição maior ainda há para existir, por enquanto nenhuma.
Por enquanto, trancou-se, e nele só habita a tristeza.