Pesquisar este blog

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A marca do amor

Não conseguimos segurá-las quando sentimos dor.
É como se algo gritasse liberdade dentro do peito.
Há vezes nas quais elas descem com tanto rigor...
Mas como tudo na natureza, não tem como ser perfeito.

Lembro-me que quando meu amor encontrou o céu,
Elas escorriam e dentro de mim crescia o pavor...
Como se escorresse sangue e sujasse o seu fúnebre véu...
Ele inunda o seu lugar de repouso como meu amor...

E para debaixo da terra seu corpo há de apodrecer...
Mas sinto como se sua alma estivesse ao meu lado.
Sinto que minha carne, vermes estão a comer...

Como é a dor de ver na tua lápide, lá enterrado,
O coração que bateu por dois corpos numa só vez...
O amor que me deste quando a vi não se desfez.



segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O que os olhos não vêem

Minto quando digo que a algo não estou preso.
Inda que para cada um há algo novo, talvez diferente...
Na tua ausência, já me tornei um tremendo obeso.
Há dias que me pergunto se por ti sou doente...

Ainda que não esteja aqui, comigo abraçada,
Gravo em minha memória as lembranças não vividas, e
Revivo-as em meus pensamentos trazidos pela lufada...
A cada dia eu vou descobrindo que tu deixas as rosas floridas.

Vinha observando o céu à noite, e veio a resposta divina.
Incontestavelmente eu descobri que tu és o que me prende.
Da noite escura, tu és aquilo o que da escuridão me ilumina.

Às vezes erramos, mas quase sempre a gente aprende.
Desde hoje eu sei que tu és a minha doce gravidade.
E mesmo sem poder ver-te, sei que és de verdade.




Jardim abandonado

No meu jardim ontem eu cortei a grama...
Para hoje contigo estender uma toalha e sentar.
Para olhar em teus olhos e ouvir que me ama...
No meu jardim hoje eu não vejo você chegar...

Deito-me sozinho no chão à espera sem fim...
As estrelas chegam, mas você ainda não...
O sol nasce e seus raios queimam em mim...
Acordando-me deparo com o vazio chão...

E recolho dele a toalha suja com grama cortada.
O vento toca meu rosto e sinto você perto...
Procuro por todos os lados, mas não encontro nada...

Desde então os dias passam, e nunca mais acerto...
O vento desapareceu e a levou para longe sem pena.
Sem você por perto sou apenas uma criança pequena...