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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Há de passar o que não passa?

Toda dor que há nessa vida, há de passar. Toda paixão também.
Paixões vêm e paixões vão. Feridas saram e formam cicatrizes.
Cicatrizes são únicas, algumas inesquecíveis. Paixões também.
Paixões vêm e paixões vão. Por alguns momentos, felizes.

Nenhum encanto é tão pequeno que se vá por inteiro.
Por todos os cantos, encontram-se vestígios do que já foi.
Nenhum desencanto é tão grande que não seja ligeiro.
Porque quando o assunto é paixão, o que não é, já foi.

Um simples gesto, um simples riso, um olhar, um toque, um beijo,
Um abraço de pés, um conhecimento amplo de muitos dos desejos.
Como se de um farol se afastasse, e não pudesse ver seu lampejo.

Sabemos que está lá, mas não vemos mais. É triste, mas acontece.
Não importa o quanto doa. Não importa o quanto sangre, chore.
Cada instante é sempre e nunca morre.



Trancado


Tinha um vício um tanto sórdido, difícil de controlar, porém consciente.
Apaixonava-se, alimentava-se, aquecia-se, e por fim, desapegava-se.
Dava tudo e depois se retirava, compartilhando de seu vazio latente.
Verdadeiro câncer no qual se instala e destrói até matar. Matava-se.

Matava sua sede nas lágrimas puras das belas moças apaixonadas.
Saciava sua fome transformando corações em pequenas migalhas.
Monstro nato, vício sórdido, coração de gelo quente, muitas falhas.
Não satisfeito, as torturava em suas mentes... De fato, destroçadas.

Sofria com a sua solidão, com seu vício, com as moças, e chorava.
Chorava em silêncio, em sua alma, se é que possuísse uma.
Em sua mente, tremenda tempestade, suicidava-se e agonizava.

Era bom em sua essência, porém mau em sua natureza.
Punição maior ainda há para existir, por enquanto nenhuma.
Por enquanto, trancou-se, e nele só habita a tristeza.