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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Lagartas no Jardim

Começar não costuma ser fácil. O que diria para quem é pequeno.
Pequeno como uma lagarta, alimentando-se de folhas verdes, do jardim.
Por alguns, são vistas como pragas, são perseguidas, e mortas até com veneno.
Aos poucos ela cresce, e a natureza se encarrega de um casulo cor de marfim.

Quem diria que uma praga se transformaria em um ser de tantas cores.
Ninguém espera, no começo, que algo aparentemente ruim, não o seja.
Se lagartas se transformam em borboletas, por que paixões não em amores.
Na teoria sim, geralmente não. É na metamorfose que surge a peleja.

E nos momentos difíceis é onde a maioria deixa escapar.
Como no momento de um encontro, antecedendo o momento.
O encontro dos tímidos lábios, borboletas começam a se agitar;

Em nossos estômagos. Sim, não, talvez. Dúvida no vento.
E assim como toda coisa simples e bela, é frágil e inocente.
Há vários jardins envenenados; não deixe sua lagarta ficar doente.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O deserto da esperança


Antes fosse fácil aceitar que sempre há uma pessoa no mundo que te espera.
Mas, a esperança é uma falsa ilusão, e me promete coisas como um sorriso e olhar.
Promete que quando encontrar o par de olhos, o passado e futuro se fundirão;
E a partir desse momento, tudo perderá a importância, e só existirá a certeza.

E teus olhos nos meus, lembrar-me-ia de que a amava antes mesmo de conhecê-la.
Ter esperança é como estar num deserto vazio, e então nos sentimos pequenos.
Tenho a miragem de uma mulher caprichosa, a qual me enlouquece profundamente.
Esqueço a sede, a fome, o calor de dia, o frio à noite, e a dor de andar em círculos;

Ouvi através de seu veludo, que os homens deveriam caminhar livres, como o vento.
O vento move o deserto, mas o deserto é o mesmo. A liberdade é o caminho.
Liberdade para caminhar por onde o coração guiar, e assim encontrar o tesouro.

E para encontrar, deve-se perder muitas vezes primeiro. E perdido, achar o perdido.
E só se perde estando num deserto grande, tendo esperança o suficiente para isso.
Porque no fundo, todos nós queremos ter alguém por quem esperar, e que nos espere.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Regador, rega a dor, com amor.


Às vezes, o silêncio de uma voz esconde gritos de agonia.
Gritos de dor, gritos de revolta, gritos de raiva, gritos roucos.
Roucos de não aguentar mais gritar, enquanto, ninguém ouvia.
Todos sempre cheios de si, porém vazios. Sempre foram poucos.

Absorto num silêncio estrondoso começa uma procura sem fim.
Procura-se uma amizade que acima de tudo seja sincera.
Mas, que seja uma ao menos. E que não haja espinhos no jardim.
Que seja quente, e possa colorir o preto e branco com a primavera.

Que suas raízes sejam firmes no solo, e que tenha uma essência.
Raízes firmes... Isso só o tempo pode oferecer, só o tempo irá dizer.
Não existem raízes tão firmes como as que já possuem uma vivência.

Por debaixo das folhas secas, elas ainda estão lá, porém difíceis de ver.
Os gritos diminuem, as folhas vão embora, e uma velha amizade reaparece.
O que foi não deixará de ser. E o que vier, a gente dá água pra ver se floresce.