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sábado, 21 de novembro de 2009

Soneto do desconhecido

Nada sou para quem um dia ofertei tudo o que tinha.
Jogou-me fora como se fosse uma simples peça descartável.
Tu não és mais quem meu coração previu que vinha...
Inda assim o balançou de uma forma inimaginável...

Fizeste de mim uma mísera máquina de fazer amor...
A qualquer hora, a qualquer lugar, sempre ao teu dispor...
E minha pobre alma até hoje tu não paras de atormentar...
Fostes um demônio que minha’lma ainda insistes em torturar...

Meu sangue em tuas mãos já começa a se putrefazer...
E de mim tu já estás cansada de sempre se desfazer...
Desejo apenas que me afogue em meu sangue derramado.

Para que acabes deste modo com todo o meu sofrimento...
Para que me abandones na escuridão como algo descartado.
Para que tu esqueças que existi nalgum único momento...

domingo, 15 de novembro de 2009

O corvo

Ontem a noite um corvo pousou na minha janela...
Por um momento pensei que fosse minha cortina...
Mas ele viera e em sua boca estava o coração dela...
E então, a dor chegou e até agora ainda me abomina.

Jovem demais para partir, cedo demais para sucumbir...
Triste é para aqueles que não enxergam outra saída...
Triste é para mim, ver-te durante minha vida dormir...
Desistiria dessa... Fecharia assim esta minha ferida...

Derramo lágrimas tão negras como as suas penas...
Escorrem pelo meu rosto e encontram o chão duro,
No qual estarei aqui neste quarto completamente escuro...

Seu coração frígido me traz lembranças pequenas...
Nas quais me afundam cada vez mais em meu cruor...
Não busco outra saída, senão o seu triste doce amor.