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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Estequiometria

 

A forma como você toca me excita

Liberando uma nova e intensa química,

Que esquenta ainda mais quando me fita 

Com a boca entreaberta, fazendo mímica

 

Com meu corpo em cima do seu,

Sua mão apertando e me arranhando

Sua respiração acelerando

Seguro seu cabelo, aperto seu

 

Pescoço, você sorri, abre a boca,

Fecha os olhos, pede mais

Se contrai, relaxa, fica louca

 

Sons que se ouvem com os olhos,

Que se propagam com sua pele na minha

Quando você chega e me beija. 


Fogo e gasolina

 

 

Já não é novidade não saber explicar

As coisas quando o assunto é você.

Tua pele macia toca na minha

Como o fogo quando encontra gasolina

 

E o ar condicionado não refresca o suficiente

Para evitar que o suor escorra do meu corpo

E caia sobre o teu quando você está de lado

E seu cabelo enrolado em uma mão

 

E a outra carimbada na sua bunda.

E a gente foge para o banheiro,

Numa tentativa ineficaz de banhar

 

Mas, sua boca encontra a minha

E nosso suor começa a se misturar

Com a água que cai do chuveiro. 

Falso soneto

 


Louco porém cansado e sem direção

Assim é quando nele se entra.

Bússolas não funcionam,

Instruções não há.

 

Ri-se de nervoso, pois não há

Intenção de permanência 

Nada além de sobrevivência.

Tentativas de escapatória 

 

Ora se confundem com sacrifício,

Suicídio da mente, dos pensamentos

E nada parece ser capaz de guiar, de

 

Mostrar a saída desse purgatório sem

Fim, desse sofrimento, dessa dor

Incessante, que aperta meu peito e

Me lança ao abismo da vida. 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Arrependimento

  

De longe um dos sentimentos mais inúteis

Que ora sentimos vez ou outra.

Nada muda o que já passou

E não seria ele o diferente

 

Não há como desviver as coisas

Apenas se desgastar com os fatos

Viver no submundo das emoções 

De cabeça baixa e acuados como ratos. 

 

São infinitas possibilidades 

Incontáveis ‘e se’

Em vão.

 

Inútil.

Imutável.

Incompreendido.



Menos cabeça, mais coração

  

A maioria de nós escreve ou já escreveu

Sobre como é maravilhosamente bom

Sentir borboletas no estômago e o peito aquecer.

Mas, a maioria não chegou perto da verdade.

 

O sentimento não é racional,

Ele é o oposto disso. 

Quando se consegue descrever com detalhes,

É sinal de que pensamos demais.

 

É sinal de que buscamos encontrar

Motivos que justifiquem o que sentimos,

E suporte tudo aquilo que as pessoas dizem.

 

Talvez seja essa a explicação

De que eu não tenho motivos para amar.

O amor não se justifica, ele só se sente.