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sábado, 8 de novembro de 2014

Meu pecado preferido


Quando acordei hoje de manhã meu coração bateu diferente.
Em um ritmo um tanto que descompassado e acelerado, loucura.
Fui respirar e meu peito ardeu, a cabeça doeu, de repente.
Foi então que lembrei que há carne debaixo de toda armadura.

Não quero ser forte hoje. Só dizer em voz alta o que preciso.
Afundar o rosto no travesseiro, e só tirar quando me sufocar.
Eu tenho certeza que isso tudo é apenas saudade do seu sorriso.
Ah, se pudesse tornaria eterno o momento, para nunca ter que passar.

Sequestraria o tempo, mataria a distância, e roubaria você para mim.
De braços abertos eu pularia de um precipício e mergulharia em você.
Não sei por que, na verdade eu não sei. Eu sei. Sei que o amor é assim.

De todos os pecados que eu já cometi você é o meu preferido.
Se o inferno e o céu existem, com certeza eles são você.
Você é meu pecado necessário que me leva ao paraíso.


Metamorfose, meuamorfosse


É engraçado como as coisas tendem a sofrer uma metamorfose.
Nem toda metamorfose é para melhor, a vida é uma incógnita.
A paixão se torna uma doença cujo remédio não há uma dose.
Não há um diagnóstico. E o mundo passa a girar fora de órbita.

Pessoas morrem todos os dias. Algumas demoram menos, outras mais.
Estou morrendo a algum tempo, agonizando nesse sofrimento sem fim.
Não adianta querer intervir. Com a morte não há conversa. Deixe-me em paz.
Deixe-me morrer sozinho. Não quero adoecer ninguém, fazer se sentir assim.

Meu coração está putrefeito e precisa morrer.
Não posso cuidar da sua doença enquanto espero a morte.
Não quero condenar sua vida pela minha sentença.

Deixe-me em paz. Preciso morrer sozinho, espairecer.
Quero morrer, para renascer, para recomeçar com sorte.
Quero morrer na metamorfose, e viver uma vida intensa.

domingo, 2 de novembro de 2014

Sutura-me


Se é horrível ter que pedir atenção quando alguém não te dá a mínima,
Imagine ter que implorar por amor quando se ama alguém sozinho...
Preciso desocupar todo o espaço que você tomou em mim, sem saber.
Preciso me afastar; não aguento mais me afogar no mesmo martírio.

Não aguento mais procurar pedaços de mim espalhados por aí;
E ter que suturar esse sentimento com poemas jamais lidos por você.
Começo a duvidar da minha força, da minha capacidade e existência.
Não parece ridículo. É. Mas todo mundo tem algo de ridículo em si.

Eu tenho um amor imensurável que não sei explicar como existe.
Ao mesmo tempo ele precisa de você, mas não precisa para ser.
Sem você, ele é um buraco negro que destrói e se alimenta de tudo.

Cria um vazio do mesmo tamanho que ele é, uma beleza de se admirar.
Preciso desocupar o espaço que você tem e não usa, sem saber.

Preciso recolher a minha insignificância e enterrar em algum buraco.

"Sem-amor"


Ultimamente tenho me sentido um morador de rua jogado por aí.
Morando na sombra da sua casa, esperando um pouco de atenção.
Tocando a sua campainha, e pedindo por favor um pouco de amor...
Você então vem até a porta e diz que não tem ninguém em casa.
[...]
Já não consigo dormir de tanta fome que meu coração sente.
Não consigo pensar com as buzinas dos carros soando ao redor.
Pessoas passam e me olham ora com pena, ora com desgosto.
Oferecem uma esmola, mas rapidamente vão embora...

A hora de dormir é a mais desesperadora... Hora de se cobrir
Com pensamentos em forma de jornal, os quais não aquece.
Perco horas procurando nos classificados, não sei bem o que.

Quem sabe um anúncio de uma vida menos miserável.
Quem sabe uma lavagem cerebral.
Quem sabe você.