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domingo, 12 de março de 2017

Pontas

Eu disse para mim mesmo que precisava lutar.
Lutar contra a depressão, e contra o sofrimento.
Por que seguir em frente é tão difícil?
Não quero uma vida com receios de me arriscar novamente.

Não é falta de coragem,
É falta de força.
Ou, talvez, esperança,
 E um pouco de fé.

Então eu saí do apartamento,
Fui até o posto de gasolina
Onde tem aquelas lojas bacanas,

E comprei um maço de cigarros.
Sentei na beira da praia,
E passei a noite queimando o que existia dentro de mim.


Remendas

Ela me disse que gostava da solidão.
Eu pensei comigo mesmo,
“Que ser humano gosta da solidão?”
E eu respondi para mim mesmo,

Só aquele com o coração partido,
Remendado com meias esperanças.
Ela se sentia insegura para confiar novamente.
Mas, também se sentia cansada de ser dona de si.

Encontrou uma solução, não muito feliz.
Desligou-se do mundo, e de todo o resto.
Deixou de viver, para respirar e sobreviver.

Assistia a vida passar, a olhar para o nada,
Sem saber o que sentir, o que pensar.

Uma vez li que dois corações partidos podem se encaixar.  –Talvez essa seja a melhor solução.

Corre corre

Ela só queria ter para onde correr
Quando estivesse cansada da rotina.
Do estresse. Dos problemas.
Um lugar onde acelerasse seu coração.

Igual a quando ela andava de bicicleta,
Na verdade, quando tentava aprender,
Aos dez anos de idade, na rampa da garagem.
Ela sente falta das borboletas no estômago.

Ela diz que gosta da solidão,
Mas é só um papo furado
Para não mostrar sua dor.

Eu sei que ela quer correr para mim,
Para se aninhar no meu abraço.

Porque eu sou o seu porto seguro.