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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pintor de céus

Sou o homem que diariamente pinta o céu.
Troco as nuvens de lugar, dando uma cor.
Uma pra lá, outra pra cá e o sol cor de mel.
Desenhar o entardecer não é pra qualquer pintor.

Momento mais indeciso é o do amanhecer...
Sem saber ao exato o que pôr na minha tela.
Do céu negro, a lua e as estrelas começo a recolher.
E lembro-me do dia em que a vi chorando na janela...

Quando vejo, o céu é cinza cor de tempestade.
E manchas aparecem distorcendo a pintura.
Trovões surgem rompendo a tranqüilidade...

Mas o dourado sol assusta a tempestade escura.
Pintar o céu é um prazer que me foi dado.
Realizo-o com prazer, ignorando não ser lembrado...



quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Meio Amargo

É tão negro, é tão delicioso como o chocolate meio amargo.
Que a boca antes doce, com o tempo, torna-se amarga...
Meu vazio é tão negro, e com o tempo se torna mais largo...
E o tempo torna cada vez mais pesada a minha carga...

Diferente do chocolate, o vazio não termina...
E ele se funde ao chocolate e me alucina...
Deixar-me-ia largado no chão tendo uma overdose,
E para não sentir o vazio, peço-te mais uma dose...

Assim como meu coração o amor sempre parte,
Eu quero me afundar nesse nosso chocolate...
Chocolate negro, como as tuas lembranças...

Que a minha deliciosa e dolorosa esperança,
Foi como comer chocolate, foi bom de destruir...
Agora vejo que essa overdose para sempre me fará dormir...




sábado, 5 de dezembro de 2009

O envelhecer das rosas



Quem diria que um dia uma fraca e pequenina roseira
Daria rosas tão belas cujo perfume é encantador...
Toco suas pétalas macias e lembro-me de meu amor...
Lembro e relembro-me de minha rosa a tarde inteira...

Tão jovem tão cheia de brilho, tão cheia de vida...
Que sua cor é intensa, viva de um tom reluzente.
Não há agora algum outro e melhor presente
Do que para meu viver essa rosa ter sido trazida...

O invejoso senhor do tempo então começa a agir...
E minha rosa vai perdendo o brilho e a cor...
E de minha rosa as pétalas já começam a cair...

Jamais pensei que tamanha beleza iria se for...
Vejo tristemente suas lindas pétalas murchar...
E só consigo inutilmente os meus olhos fechar.



sábado, 21 de novembro de 2009

Soneto do desconhecido

Nada sou para quem um dia ofertei tudo o que tinha.
Jogou-me fora como se fosse uma simples peça descartável.
Tu não és mais quem meu coração previu que vinha...
Inda assim o balançou de uma forma inimaginável...

Fizeste de mim uma mísera máquina de fazer amor...
A qualquer hora, a qualquer lugar, sempre ao teu dispor...
E minha pobre alma até hoje tu não paras de atormentar...
Fostes um demônio que minha’lma ainda insistes em torturar...

Meu sangue em tuas mãos já começa a se putrefazer...
E de mim tu já estás cansada de sempre se desfazer...
Desejo apenas que me afogue em meu sangue derramado.

Para que acabes deste modo com todo o meu sofrimento...
Para que me abandones na escuridão como algo descartado.
Para que tu esqueças que existi nalgum único momento...

domingo, 15 de novembro de 2009

O corvo

Ontem a noite um corvo pousou na minha janela...
Por um momento pensei que fosse minha cortina...
Mas ele viera e em sua boca estava o coração dela...
E então, a dor chegou e até agora ainda me abomina.

Jovem demais para partir, cedo demais para sucumbir...
Triste é para aqueles que não enxergam outra saída...
Triste é para mim, ver-te durante minha vida dormir...
Desistiria dessa... Fecharia assim esta minha ferida...

Derramo lágrimas tão negras como as suas penas...
Escorrem pelo meu rosto e encontram o chão duro,
No qual estarei aqui neste quarto completamente escuro...

Seu coração frígido me traz lembranças pequenas...
Nas quais me afundam cada vez mais em meu cruor...
Não busco outra saída, senão o seu triste doce amor.



sábado, 14 de novembro de 2009

Frenesi

Finalmente agora eu sinto meu coração fundente.
Após tanto tempo vagando em intensa gangrena,
Deixo esta em que estão os iludidos inocentes...
Não serei mais um no qual a dor envenena...

Agora nasceu meu júbilo em que a vida há de compadecer...
Cansei de entre os homens viver sempre injuriado...
Agora, sinto-me impotente, sem saber o que fazer...
Cansei de entre as mulheres, viver sendo ludibriado...

Dúvida esta que surge temendo o sonho ser ilusão.
Dúvida essa que faz meu peito aceleradamente fulminar.
Será que tudo isso não é mera vertigem do meu coração?

Caso me engane, vida mórbida esta irá novamente me cruciar.
Caso me engane, a água vira vinho e me afogarei em meu cruor.
Será que novamente, outra vez serei cominuído pelo amor?


Trovões

Inutilmente eu contava horas para te encontrar...
E meu céu agora negro com nuvens tão densas...
O azul se foi como o brilho do teu lindo olhar...
Agora nada me resta além de noites extensas...

Trovões rasgam o céu com o som ensurdecedor...
Tão rápidos que meus olhos mal conseguem ver...
Lembro-me das noites frias em que trocávamos calor...
E de muitas outras que certamente tu irás esquecer...

Alguns romances são como trovões que atravessam o céu.
Em seu início é tão brilhante como um lindo diamante.
E como um relâmpago ele desaparece destruindo o véu...

Após vem o grito de raiva que sai do peito arfante...
Perdido está meu confuso e tosco coração,
Se este não passou de mais um mero trovão...



segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Não esta noite...

Temo deitar na cama e te encontrar nos meus sonhos...
E quando acordar, ter a sensação de que minha mente,
Enganou-me por mais uma noite solitária, vazia...
Mas por mais que eu sofra com tudo isso, não importa...

Eu durmo mesmo assim... Eu durmo só pra te encontrar...
O que importa é estar com você... Até nas ilusões...
Minha mente grita, implora para estar perto de você...
Ela não te perde por um simples instante... Não te perde...

Ela não esquece como é o doce aroma de tua pele...
Ela não esquece como é o formato de teus lábios...
Ela não esquece como é lindo o teu sorriso...
Ela não esquece que teus olhos são faróis...

Faróis que me guiam pela estrada que chamo de vida.
Ela não esquece que se eu te perder, eu vou me perder...
Ela não esquece que sem você, a dor é imensurável...
Ela não esquece que sem você, eu perco todo o brilho...

Recuso-me a dormir esta noite... Se amanhã acordar,
E olhar para o lado e não ver você... Não sei o que faço.
Esta noite encontrarei alguma maneira de controlar...
Controlar essa dor, essa raiva, que é estar longe de você...

Sinto uma carga pesada em minha pobre alma...
Quero aliviá-la... Quero tornar-me um ser feliz...
Quero que os erros tornem-se acertos desta vez...
Peço que todos me perdoem... Perdoem-me...

Juro mudar... Por mais estranho que isso me seja,
Eu mudarei por mim... Eu mudarei para o bem maior.
Eu mudarei por teus olhos... Pelos faróis de minha vida...
Eu mudarei por todos que me amam. Fá-los-ei orgulhosos.


- . . .

domingo, 11 de outubro de 2009

Soneto Proibido

O escuro da noite me engole como uma baleia...
O frio penetra minha alma com uma leve lufada.
A morte seduz como um canto de uma sereia.
E vou lutando contra as vontades que surgem pela madrugada.

As gotas negras da chuva caem em um ritmo melancólico.
A vida, esta grande ferida, uma hora há de parar de sangrar...
E com base nisso tudo é impossível não ficar neurótico...
Uma hora, ah que hora, sei que ela há de cicatrizar...

Tanto me importa se o que pensas é idiotice...
Tanto me importa se este não te agrada...
Deixe-me com teu pensamento de ‘babaquice’...

Deixe-me... Estou mesmo à espera da desejada...
A desejada hora que uma hora há de chegar...
A desejada hora que uma hora há. Mudar.


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Aletófilo

Apague a luz, deixe-me no completo e eterno escuro.
Meus olhos choram sangue ao ver a tua patranha...
Esqueça-me sozinho, pois somente assim eu me curo.
Não queria olhar em teus lindos olhos e ver uma estranha...

Afaste-se das palavras vindas da ira de um poeta...
Um cansado do teu modo de esconder os fatos...
Um, farto de toda a tua imunda, putrefeita peta.
Rasgue agora estes versos natos...

É insuportável viver com mais e mais lorota...
Deixe-me no meu eterno, que lá nada posso ver.
Suplico-te para que me deixes, cansei de ser idiota.

Por que não paras com essa persuasão podre e falsa?
De fato a vida é tua, tu tens esse direito de poder...
Mas longe de mim, antes que alguma merda eu faça.


Uma mentira quase sempre parece ser verdade. Ela somente é a forma de escondê-la.


domingo, 4 de outubro de 2009

Soneto da tua ausência

Quanto estás ausente, no meu peito abre uma cratera.
E sinto no jardim, o doce perfume das rosas da primavera.
E lembro-me de quão grande é a falta que tu me faz.
Lembro-me que é a ti a fonte de toda a minha paz.

Tu me deixas absorto, sempre pensando... e pensando...
Tu controlas de minha respiração ao meu batimento.
Quando a vejo, meu músculo estriado cardíaco vai acelerando.
Querer me afastar de ti é o mesmo que jogar palavras ao vento.

Porque o meu desejo por ti é algo sem fim, imensurável.
Amar outra mulher senão a ti, é algo imperdoável...
Se os dias passassem sem a ti, viver seria insuportável.

Se a vida não contivesse a ti, ela teria outro nome.
Se meu amor não fosse a ti, minha alma sentiria fome.
Pois é a ti o alimento que faz com que tudo funcione.



sábado, 13 de junho de 2009

Astros não possuem corações

Somos como o Sol e a Lua. Tu és o Sol,
Eis a Lua. Quando você está a nascer,
Recolho minhas estrelas do horizonte, meu lençol.
Quando você está no céu, brilhando de prazer,

Eu estou quase invisível, logo ao outro lado do planeta.
Quando eu estou no sombrio céu da noite, você desaparece.
Por ter minhas quatro fases, quase sempre você me acha careta.
E somente apenas com datas marcadas, nosso eclipse acontece.

Nosso encontro não acontece há décadas...
Assim como das mais belas rosas, as pétalas
Hão de cair. Tais como dos lindos botões

Tornar-se-ão um dia, rosas. E destas rosas,
Suas pétalas hão de cair. Astros não possuem corações,
Por isso tu és, comigo, tão irrevogavelmente maldosa.


- A Lua.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Soneto do apaixonado

Tão amoroso como o fumante com seu cigarro,
Tão dependente como o resfriado e o catarro.
Tão prazeroso como na veia injetar heroína.
Tão relaxante como respirar uma cocaína.

Tão incerto como uma vontade de espirrar.
Tão certo como no céu, o sol está a brilhar.
Tão alucinado como um dependente alcoólico.
Tão eu mesmo como um mórbido melancólico.

Tão deprimido como alguém de coração partido.
Tão maldoso como o anjo que protege nossas vidas.
Tão feio como um jardim plantado apenas de margaridas.

Tão nostálgico como eu quando te tenho envolvida em meus braços.
Tão sublime como a matemática, perfeito como teus suaves e lindos traços.
Tão gostosa é a sensação de encontrar teus lábios quando mais desejo encontrar.

Destruidor de sonhos

Novamente conjuguei o verbo enganar no pretérito.
Desde o dia em que a conquistei, não havia mérito.
Seu brilho não reluzia nos meus olhos castanhos...
E hoje, juntos, somos como dois grandes estranhos.

Seu sonho se tornara em um de meus pesadelos.
Não há mais a graça de brincar com seus cabelos...
Não quero magoá-la.
Não quero enganá-la.

Terei de matá-la.
Matá-la de sofrimento.
Esperarei pelo esquecimento.

Assim como uma água saturada não suporta
Mais sal. Estou saturado de sua conversa.
Não me venha com promessas. Nada mais importa.


Salvadora

Nunca pense, em algum momento, em desistir.
Eu penso. Minha alma grita por socorro...
Penso a todo instante em sucumbir.
Do que adianta, em versos, tirar trevas de mim,

Se como as borboletas, elas sempre voltam?
Quando olho no espelho, não vejo meu reflexo.
Procuro pela Lua, e ela se esconde por entre as nuvens.
Meus olhos não querem mais se abrir. Minhas pernas,

Não querem mais me manter em pé.
Nada parece mudar... Para que adiar,
O que pode ser feito agora?

Venha e abra meu peito novamente.
Retire dele a outra metade do coração...
Acabe com meu sofrimento de uma vez só.

-?

sábado, 23 de maio de 2009

Lágrimas de sangue

O único problema é não ter-te.
Sei que vaga nalgum lugar.
Para quem pagarei o sorvete?
Para quem conjugarei o verbo amar? “...”

Encontro no vazio de meus dias,
Uma pobre sombria e fraca esperança.
Sem a ti não é a mesma moradia,
Que é meu coração, sofrida criança.

Quando volto para casa,
Sei que voltarei sozinho.
Quando saio, tanto faz se atrasa...

Viver sem a ti é morrer a cada segundo.
Quero fornecer a ti meu carinho. “...”
Não quero partir sem tê-la neste mundo.



Carne e romance

Sou apenas um homem de carne e osso.
Posso até ser um pouco diferente,
Mais continuo com o mesmo gosto insosso...
Se eu consigo, conseguirá qualquer demente.

Posso ser atencioso, amoroso demais.
Certamente não sou um tipo de palhaço.
Faria toda mulher se sentir no espaço...
Mas não é toda mulher que me satisfaz.

Faria àquela se sentir fora de sua órbita,
Estaria perto da minha. Sempre louca,
Na procura incessante de minha boca.

Tornaria todos seus desejos reais.
Pena não tenho de meus sinais vitais.
Só quero ter meu veneno por perto.



sexta-feira, 8 de maio de 2009

Noites longas


À noite, olhamos para o céu.
Admiramos a Lua, as estrelas...
Algumas brilham tanto, e não sabemos
Que grande parte delas está morta.

A distância é tão grande,
Que demora para saber o que acontece.
É bonito enquanto dura.
É triste quando acaba.

À distância não me permite saber,
Se ainda há, nossa fusão nuclear.
Mas enquanto demorar, eu olharei para o céu,

E verei que você ainda brilha pra mim.
Posso não ter certeza se já acabou,
Mas tenho certeza de que já existiu.


A distância entre nós dois, não é uma conseqüência, é uma causa. É a causa para existir a incerteza. Sua conseqüência é a dúvida do óbvio. Mas a distância distorce as coisas, algo pode se perder no caminho, um erro pequeno pode gerar um grande erro. Apenas palavras não são o suficiente para ter certeza. Palavras não percorrem grandes distâncias.”


sexta-feira, 6 de março de 2009

Ser Desumano

Morte, traição, egoísmo, inveja, guerra, sexo.
Tais coisas que em nosso mundo claramente existe,
Deixam-me não mais e não menos do que perplexo.
Sentimo-nos bem em gozar, que se dane o ser triste.

Esquecemos de o próximo ajudar.
Esquecemos que o bem é a moeda para o mal.
Esquecemos que é crime usurpar, matar.
Esquecemos que é de outro mundo o preconceito racial.

O tudo nunca é o suficiente.
Nós acabamos de tudo esquecer.
A culpa é do Sr. Presidente?

NÃO. Nós é que não sabemos viver.
Esquecemos de agir como seres pensantes.
A grande maioria, pedaços de merda ambulantes.



II


O que há no inocente para tornar-se culpado?
Cada dia as pessoas idolatram o derramado sangue.
Há miséria demais em todo o espaço ocupado.
A cada dia as pessoas acham “maneiro” formar uma gangue.

Queremos violência, armas, criminosos.
Queremos cada vez mais crimes dolosos.
Queremos ver mortos, dor, tragédia.
De tudo que vemos rimos, achamos comédia.

Quando acontece com quem ri,
A história é outra. A graça evapora.
Nunca mais volta, ela vai embora.

A realidade é diferente?
A verdade é que somos doentes.
Destruímos o ambiente o qual estamos subsidiados a viver.

Somos idiotas o suficiente pra defecar no ambiente em que se mora; ignorantes, arrogantes, frios, a ponto de achar graça da triste realidade, a realidade que um dia chegará à vida de quem não sabe viver; Cínicos por achar que a culpa nunca é nossa, alias, nunca somos culpados, “Eu”? “Não fiz nada!”, bando de hipócritas; NÓS, seres Desumanos, acabaremos pondo fogo no próprio rabo, estando cada vez mais perto de nossos ancestrais, meros ANIMAIS NÃO PENSANTES.