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domingo, 6 de setembro de 2015

Muralha de gelo


Não consigo mais me permitir. Não consigo me entregar.
É tudo muito pouco perto do nada que preciso...
É pedir demais não ter que pedir. Não ter que controlar.
Não sei o que houve, mas se pessoas são lugares, não sei onde piso.

Não sei onde estou, e ter que sair é mais que um esforço.
É um sacrifício... E fiz então a minha fortaleza segura.
Chamo-a de casa, por me abrigar, e proteger meus destroços.
O frio ajuda a conservar o que sobrou, mas não é a cura.

Não adianta vir se não for forte o suficiente para ficar.
Palavras não me comovem. Lágrimas não me assustam.
Quem já foi a guerra sabe que lágrimas e sangue têm o mesmo sabor.

A lágrima é o sangue que escorre da alma através dos olhos.
Você não terá o fogo que há debaixo de todo o gelo,
Se não for capaz de atravessar a Muralha e conquistar meu amor.