Ultimamente tenho me sentido um morador de rua jogado por
aí.
Morando na sombra da sua casa, esperando um pouco de
atenção.
Tocando a sua campainha, e pedindo por favor um pouco de
amor...
Você então vem até a porta e diz que não tem ninguém em
casa.
[...]
Já não consigo dormir de tanta fome que meu coração sente.
Não consigo pensar com as buzinas dos carros soando ao
redor.
Pessoas passam e me olham ora com pena, ora com desgosto.
Oferecem uma esmola, mas rapidamente vão embora...
A hora de dormir é a mais desesperadora... Hora de se cobrir
Com pensamentos em forma de jornal, os quais não aquece.
Perco horas procurando nos classificados, não sei bem o que.
Quem sabe um anúncio de uma vida menos miserável.
Quem sabe uma lavagem cerebral.
Quem sabe você.