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quinta-feira, 11 de junho de 2015



Eu odeio despedidas. Mas, se tem algo que odeio mais é não me despedir. Todos os dias saímos de casa e não sabemos o que pode acontecer, se voltaremos ou não. Tudo muda quando a Morte entra na nossa vida. Se não muda, deveria. Ainda não sei como será quando chegar em casa e não encontrar meu amigo de quatro patas mordendo meu calcanhar, olhando-me pedindo colo, quase que falando comigo. Não consigo lembrar da última vez que me despedi dele. Eu deveria estar arrumado para o trabalho e não queria sujar a roupa, provavelmente. Arrependimento não é máquina do tempo; arrependimento não muda o passado. Ainda consigo lembrar da energia do seu balançar de rabo ao me ver. E só de lembrar surge um aperto no peito ao saber que não poderei mais pegá-lo no colo. Ela não manda cartas, Ela não avisa quando virá nos visitar. Ela vem, nos rouba e deixa o vazio.