Somos todos passageiros. Passageiros, e passageiros.
Como do ônibus, passageiro; da chuva, passageira.
Estamos em uma viagem, num ônibus velho e sem ar,
Onde uns sentam na janela, outros no corredor.
Estamos presos a um pútrido pedaço de carne.
Presos pelo corpo, presos pelo pecado.
Presos a um mundo perdido e sem valor.
Estamos presos a padrões e sentimentos vazios.
Somos todos prisioneiros. Prisioneiros inocentes.
Prisioneiros doentes, prisioneiros sem esperança.
Prisioneiro morto, pois a vida o matou.
A morte dá o poder a vida. A vida dá poder a morte.
Um prisioneiro não tem poder, não tem liberdade.
Somos prisioneiros do tempo, prisioneiros da vida.