Pesquisar este blog

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Gotas de mar



Quando tudo começou o tempo parecia não importar.
Passado, presente e futuro era um único momento.
À medida que o ar entrava se tornava mais difícil respirar.
Se fosse se consumar em um desejo seria o esquecimento.

Mas, o peito tremia em um ritmo descompassado.
O corpo reagia involuntariamente, e eu também.
Sensação estranha, como se estivesse sendo esmagado.
Como se de tudo que havia, não restasse nada ou ninguém.

As sobrancelhas se uniam, fazendo um desenho no rosto.
O maxilar se contraía, para tentar conter a raiva e a dor.
Os soluços começavam, freneticamente, a se manifestar.

E de repente o mundo desabava dentro e fora, em um desgosto.
Os olhos se fechavam em uma tentativa de esconder o pavor.
E desciam as gotas de chuva, uma de cada vez, com sabor de mar.