Amar é saber perdoar. É sobre ter paciência, ter resiliência. É sobre amadurecer e saber o seu lugar. Amar é não abandonar o barco quando o mar estiver agitado. Decisões não devem ser tomadas quando o sangue está quente e o coração partido. Somos induzidos a buscar um refúgio longe de toda turbulência, a buscar o conforto de um abraço que nos envolve, um olhar que tenha empatia e nos entenda, conversas que nos façam dar valor a nós mesmos. Nosso instinto é o de sobrevivência, por isso tendemos a fugir do que é perigoso ou do que nos machuca.
Crescer dói, e ninguém quer sentir dor. Mas, ela é necessária. Tudo o que queremos é fugir para algum lugar onde nos possamos sentir seguros, assistidos e compreendidos.
Por mais doce que seja esse lugar, por mais lindo que seja o seu sorriso e puro o seu olhar, e queira cometer esse pecado que é estar com você, mergulhar no seu abraço, perder-me no seu corpo e esquecer minha boca na sua, eu preciso lutar.
Eu não posso desistir sem antes ter feito tudo que estiver ao meu alcance. Não posso abandonar esse barco durante a tempestade. Por mais que eu queira estar no seu abraço, eu preciso ser forte. Preciso esgotar todas as minhas forças, usar toda minha energia para ter certeza de que sozinho o barco não sairá do lugar.
Preciso dar tempo ao tempo para que o amadurecimento aconteça, uma vez que você já alcançou esse patamar não seria justo tal comparação. Seria como trapacear, e escolher sempre o que fosse melhor e mais viável, sem querer passar pelo vale da transformação e do amadurecimento... Lembra-te que a beleza está no processo e não no fim.
Com a cabeça dormente e boca amarga, rasgo meu peito e retiro esse sentimento que faz meu coração querer parar e meus olhos cuspirem. Como é difícil ser forte e lutar para manter um amor que você sente escorrer pelos seus dedos...
Não sou do tipo que desiste. Eu não vou desistir. Vou até o fim.