É difícil explicar, com palavras, a dor de um tormento.
É mais ainda ter que vivê-lo todo santo dia,
incessantemente.
Ninguém disse que era para ser brando, seu sofrimento;
Mas nem ódio, nem revolta, só sinto dor ultimamente.
Sei que não devemos, meu Pai, nos comparar com os demais;
Mas devo então cegar meus olhos e calar meu coração?
Não sinto inveja, não sinto revolta... Só sinto que não sou
capaz.
E de todas as tentativas, o fracasso se torna de praxe a
premiação.
O que fazer quando o seu máximo não for o suficiente? [...]
Todos temos um limite. Atravessá-lo, às vezes, é perigoso.
Sinto como se segurasse uma pedra, com ambas as mãos, em
brasa.
Já não quero que isso passe e nem que alivie para que me
sinta contente.
Eu não quero, meu Pai, que sinta pena e por isso seja
caridoso...
Eu só quero, e lhe suplico... Deixe minha'lma partir
para casa.