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domingo, 19 de março de 2017

Fim do fim de semana

Finalmente após uma longa semana de trabalho intenso, um fim de semana em casa. No sítio da minha mãe. É difícil esquecer o trabalho por um momento, mas com muito esforço eu consegui.
 Andei pelo terreno admirando os diferentes tons de verde que o céu nublado pinta. Sentei na área da piscina, e os cachorros vieram pedir carinho. Então peguei a chave do portão e fui caminhar ao redor do sítio, lembrando de como era há quase vinte anos atrás. Pensei nos tempos difíceis que já passamos, nos meus antigos receios, nas minhas antigas angústias, nas minhas dúvidas, nos meus desejos, nos meus sonhos e na minha fé.
Tudo isso passou, e hoje novas dificuldades, receios, angústias, dúvidas, desejos e sonhos assumiram o lugar das antigas. Pensava que isso passaria de vez, mas hoje vejo que isso é essencial para mim. É o que me mantém firme, é o que alimenta a fé, é o que me faz querer ser mais forte. Não havia prestado atenção na beleza da mudança, e em como tudo o quanto desejei e lutei, hoje conquistei.
Com a cabeça atopetada de “tarefas”, “problemas”, e reclamações, deixei o tempo passar e, distraidamente, não vivi intensamente. Olhei ao redor mais uma vez, e tentei me lembrar de quando era criança, e das vezes que andava de bicicleta por onde estava sentado, na grama do portão dos fundos. Passou tão rápido.
Um carro passou por mim e entrou em uma casa, ela não tinha muro, somente uma cerca de arame farpado. Pude observar duas crianças gritando: “Papai chegou, papai chegou”, e então o rapaz sai do carro, abraça as crianças, e corre para fora para pegar o cachorro levado que havia fugido. Entrou novamente, foi até a mulher que lavava roupa, pegou uma cadeira e sentou-se ao seu lado.

Olhei para o horizonte perdido e pensei que talvez esse seja eu um dia, daqui a alguns anos. Criar a minha própria família. Mas, meu coração já não se anima tanto. Vejo todas as pessoas que passaram por mim, hoje noivas, com filhos, e com uma família, ou no início dela. E eu, bem... Só espero daqui a alguns anos, quando der outra caminhada possa olhar para os céus e o infinito e consiga sorrir por ter vivido intensamente.