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domingo, 9 de novembro de 2014

A chuva e o mar


O sol hoje nasceu escondido atrás das nuvens negras.
Dizem que a chuva é a tentativa do céu se aproximar do mar.
Uma tentativa vã, de poder tocá-lo, senti-lo sem regras.
Meus poemas a chuva, o mar o amor, as lágrimas a se formar.

Levanto da cama, vou ao banheiro dar uma mijada e me despir.
Visto-me com uma roupa confortável, bem velha e furada.
Pego meu copo sujo de whisky de ontem e começo a me despedir.
Encho-o e acendo um cigarro. Arrasto-me até a sacada...

Um trovão rasga o céu com violência, e acendo outro cigarro.
As gotas de chuva começam a cair de lado, e inclino minha cabeça.
Agora elas caem verticalmente. Tudo depende do ângulo, do referencial.

Minha febre então aumenta, e começo a me engasgar com o catarro.
Pego a garrafa e me sirvo de mais uma dose amarga de mágoa e agonia.
Meus poemas, meu corpo, a chuva. Ela, o inferno, o mar.