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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Navio sem porto



É um gesto simples, meio bobo, mas com um poder imenso.
É um passar de mão entre os cabelos; um sorrir com os olhos;
É um beijo que se dá na ponta do nariz; um abraço intenso;
É um andar de mão dadas na frente do mundo;  sem abrolhos.

Às vezes, tudo que preciso é um pouco disso, carinho...
Para lembrar que ainda sou humano, apesar das amarguras.
Para lembrar que mesmo estando isolado e sozinho,
Sempre haverá alguém com o poder de tremer sua estrutura.

Um alguém que é, ao mesmo tempo, sua força e sua fraqueza.
Seu porto seguro; um cais para atracar o seu pequeno navio.
Por mais que navios não sejam feitos para ficarem atracados,

Ao fim de inúmeros dias de mar, precisamos não ter correnteza.
Precisamos de chão firme... Em alto mar os dias são os mais frios;
E as lembranças alimentam a saudade dos seus olhos e gestos.