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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Queijo passado


Existem vários tipos de pessoas. Eu sou do tipo queijo.
Não aquele branco, mas sim o amarelado, meio duro.
Esse mesmo, parece suíço só que não é mas, tem furos.
Quando novo gera aquela água cheirosa que desperta o desejo.

Água meio salgada, feito mar podre. Se não jogá-lo fora,
Quem sabe alguém ainda me possa cortar em pedaços
Para que possa esfarelar mais e mais. E o queijo chora.
Cobrindo, com sua água fétida no prato, todos os espaços.

Não demora muito e logo ele fica velho e azedo.
Cria uma crosta amarela e verde com um pó.
Não sou especialista mas, diria que se chama mofo.

Queijo passado faz mal e as pessoas têm medo.
Medo de consumir, nojo de cheirar, a garganta dá um nó.
O estômago embrulha; o coração para de bater; amorfo.