Era bastante estúpido; com poucas palavras, sempre secas.
Monossilábico era a todo instante; e sua grosseria, única.
Seu olhar profundo nos olhos era sempre desconfortante.
Sempre frio, sempre rígido, parecia uma pedra perdida do
tempo.
Com o tempo, os rios secaram; As montanhas mudaram de lugar;
As florestas sempre morrendo; as geleiras derretendo; as
nuvens dançando.
O tempo passa e as coisas mudam... Mas a pedra, esta
permanece imutável.
Gelado, estúpido, rígido, frio e ao mesmo tempo profundo e
sensível.
Assim o era e assim era o seu amor. Um amor nada perfeito,
um nada perfeito.
Mas, não era para ser perfeito. Afinal, são pelos defeitos
que nos apaixonamos.
É o que tornam as pessoas únicas umas para as outras. Peças
iguais não se encaixam.
Assim o era e assim era o seu amor. Uma pedra fria e
solitária. Uma pedra pesada.
Uma pedra imutável, constante, uma pedra, sempre pedra. Nada
mais que pedra.
Eu até entendo que de pedras são poucos os que gostam de
carregar a vida inteira.