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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Sempre pedra


Era bastante estúpido; com poucas palavras, sempre secas.
Monossilábico era a todo instante; e sua grosseria, única.
Seu olhar profundo nos olhos era sempre desconfortante.
Sempre frio, sempre rígido, parecia uma pedra perdida do tempo.

Com o tempo, os rios secaram; As montanhas mudaram de lugar;
As florestas sempre morrendo; as geleiras derretendo; as nuvens dançando.
O tempo passa e as coisas mudam... Mas a pedra, esta permanece imutável.
Gelado, estúpido, rígido, frio e ao mesmo tempo profundo e sensível.

Assim o era e assim era o seu amor. Um amor nada perfeito, um nada perfeito.
Mas, não era para ser perfeito. Afinal, são pelos defeitos que nos apaixonamos.
É o que tornam as pessoas únicas umas para as outras. Peças iguais não se encaixam.

Assim o era e assim era o seu amor. Uma pedra fria e solitária. Uma pedra pesada.
Uma pedra imutável, constante, uma pedra, sempre pedra. Nada mais que pedra.
Eu até entendo que de pedras são poucos os que gostam de carregar a vida inteira.