Certa vez eu li que nada acontece por acaso.
Ri comigo mesmo, e pensei que todo o fracasso;
Foi de propósito; todas as amizades, um atraso.
E o que diria do amor sempre escasso?
Seria menos doloroso se tudo fosse mera coincidência.
Se por acaso a solidão é um abismo, de propósito é um doce;
Um doce com sabor de lágrimas; um doce que o acaso me
trouxe.
Seria menos agoniante se tudo fosse perda de consciência...
Se eu pudesse escrever uma carta para o acaso seria assim:
“Senhor Acaso, por favor, mande algumas sementes de amizade,
E ah, mande também uma semente de pé de amor.
Estou precisando plantar essas sementes no meu jardim.
Ele anda meio vazio, cheio de mato e lixo, pra falar a
verdade;
Pelo menos isso vai servir de adubo, afinal, tudo tem um
motivo maior, não é?”