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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Soneto natural

Sei que o tempo passa, mas não significa que tudo
Deve passar junto com ele. Algumas coisas tortas
Ficam, mas ficam. Mesmo que o retrato fique mudo
Na parede, ainda faz meu peito arfar como estrelas mortas.

Sei que o vento sopra, e nasce assim a lufada.
Trazendo a tona às memórias, mostrando o vazio,
O qual o vento me empurra, no peito, uma facada.
A queda então, parece nunca encontrar o chão frio.

Sei que o mundo gira, e ninguém o consegue parar.
É apenas a natureza e o universo cumprindo o dever,
Assim como o Sol e a Lua não podem se amar...

Sei que o passar do tempo, o soprar do vento, e o girar do mundo,
São inevitáveis. Por mais frio que me faça sentir no calor, esquecer
Não irei tu, mas a solidão encontra em mim um abrigo profundo.


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